para a Sheyla
Na primeira manhã do tempo
despertaram silenciosos
as galinhas, as crianças, os carvalhos
cuidaram uns dos outros
e houve até uma breve discussão
em torno de dois dos grãozinhos da areia
Contudo surgia nos olhos
o acinzentado medo
do que se chamaria
porvir
Pois na primeira manhã do tempo
nasceu a ansiedade
– e já que não se sabia
que para tudo existiria hora certa
nasceu desavisada a música, a morte
a História, o almoço
Quando já estava escuro
a ventania folheou um calendário
de páginas ainda brancas
e da boca de um velho
irrompeu o agouro
deve chover
amanhã
8.4.09
sempre
Postado por Isabela Gaia às 18:00
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3 comentários:
deve chover amanhã.
[desculpa...
e obrigada.
amo você]
você notou o 'a' antes de 'Sheyla', a la Zé Paulo?
xi, agora estraguei a singeleza da coisa.
desculpa as farpas. amo te amo.
bonitíssimo esse poema!
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