já estive aqui antes
reconheço o farfalhar
debaixo de cada passo
e mesmo míope entendo
ser este o alvo de madeira bruta
que naquela noite acertei.
do clima frio me recordo
mas que sapatos usava?
a altura, o solado, a amarrração
combinados a que calças
com que botão, cinto
a camisa por dentro ou fora
gola, bolsos, um casaco ou não
porque vai do peso de tudo isso
vai da mobilidade que dei aos braços
se estavam rijos ou arqueados
vai da posição.
e se a terra úmida for a mesma
nenhuma certeza sobre
o arco que tenho às mãos
especialmente a tensão da corda
aqui nova, lá rota?
este recurvo e aquele quiçá composto
erguendo uma flecha única, outra,
a que distância em que altura?
um tiro apenas
e vento forte, disse a previsão
12.11.10
reconquistaria
Postado por Isabela Gaia às 13:29
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2 comentários:
tudo que pra mim é novo
desconstrói tão simples
que gosto do novo
que espero sempre
que seja novo
pois é sabido que mesmo novo
o novo morre
como morremos nós um pouco
a cada novo
minuto dia hora bocejo sorriso
eu nasço eu morro
quando me olho no espelho
vejo duas corcovas
na verdade
uma cova a outra é ventre
é lindo... o ritmo, a incisão nanométrica de algumas bem escolhidas palavras... o desfecho enfim coloca todas as palavras na Terra.
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