5.6.12

pequenas mortes

perseguia em sonho minha própria morte
e antes disso era noite em um quarto
que embora não reconheça como meu
me permite estas madrugadas sacras
em que posso cheirar meus pés
ou assistir a uma entrevista de Kamenszain
e me masturbar pensando em
uma ponte, uma velha ponte, um conto oculto,
imagens que se deitam sobre outras imagens,
pensamentos que repetidos se excitam
até transbordarem o possível,
o sensato
encharcarem a cama e serem
recebidos em outros portões, além,
onde me vejo perseguir um animal corpulento
que quer a mim e por isso foge
somente se afasta quando me aproximo
se aproxima quando estou exausta
as patas e as patas contra a terra,
feito coração,
temor suave a que me rendo
sentindo o gosto de meus próprios dedos
pois me fareja e devora
o animal que sou

Um comentário:

Anônimo disse...

Cadê o botão de curti um montão?
Bjs, Heitor