21.3.13

não comece ainda o enterro
velemos mais uma noite o nosso morto
deitemo-nos ao lado dele
na cama compartilhada
e durmamos tão incômodas e tristes
que nossa imagem compadeça um fotógrafo
faça-o porque sou eu quem seguirá chorando
longamente a sua morte
quem despertará no meio da noite
quando os sonhos mesmos
compreenderem que ele se foi
e em outras noites
é a mim que ele assombrará
eu, a intranquila
que o verei em todas as coisas
que esperarei o milagre
você é minha cúmplice neste crime,
fique só mais uma noite

(20/09/12)

Um comentário:

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