Eu a vi revolver areia com os pés
violentar a praia infinita
E rasgar a Augusta
dona de todos os cantos
Cantou idéias sem rimas
a voz doce, mole de cachaça
atrapalhou a desarmonia
dos dias bem comportados
Pregou desordem e
recompôs o real
com a máquina de filmar
- seus dois olhos pintados
Entre um cigarro e outro
questionou meus propósitos
meus vícios, meus ódios
sem dirigir as palavras
E assim, desgovernada,
no acaso do ocaso,
levantou o vestido
furtou-me as horas
Eu achei então que só saberia
viver no escuro, no vão do tempo,
em todos os lugares
que estremecem a cidade
Mas ela dobrou a esquina
tomou carona num ponteiro
que eu já não via passar
por aqui, deixou somente
tudo o que governava lá.
1.3.08
ella
Postado por
Isabela Gaia
às
14:45
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2 comentários:
- Ah, Dona Plenitude, por onde andas? - disse Tom, depois de abrir a lata de coca cola e ouvir PSSSSS.
Sim, mas qual é o nome do documentário?
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